Zonas húmidas frequentadas por mais de 100 mil aves
Os trabalhos de instalação do espaço de visitação e observação de aves na lezíria-sul de Vila Franca de Xira avançam nos próximos meses, após a aprovação de um financiamento comunitário de dois milhões de euros.
Trata-se de um projecto que pretende criar um complexo para observação de espécies de aves protegidas que frequentam a Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET). O projecto previsto para as proximidades da Ponta de Erva (zona onde o Sorraia desagua no Tejo) terá uma extensão nas vizinhas salinas de Saragoça (desactivadas) e envolve uma parceria alargada entre várias entidades e associações. A ideia tem cerca de dez anos, mas por falta de meios só agora vai avançar.
O projecto contempla a criação-recuperação de três zonas húmidas de água doce nas proximidades da Ponta de Erva, em terrenos da Companhia das Lezírias, capazes de atrair aves aquáticas que frequentam a RNET. Estes "lagos" terão profundidade variável e ilhas no seu interior "configurando variados tipos de habitats adequados a diferentes tipos de aves, não só invernantes mas também nidificantes". Depois serão, igualmente, recuperadas áreas das antigas salinas e construídos trilhos interpretativos que "permitem a observação de aves em condições de excepção para os visitantes e sem riscos de perturbação da avifauna". Isso far-se-á com a instalação de abrigos (observatórios) feitos em materiais naturais onde os visitantes poderão observar as aves sem que estas se apercebam da sua presença. O projecto prevê a melhoria dos acessos pedonais e a construção numa área mais afastada de um centro de interpretação dotado de modernos equipamentos e tecnologias de informação e comunicação. Está, ainda, prevista a recuperação de duas casas de apoio para a visitação (na Ponta de Erva e em Saragoça), que funcionarão como "pólos complementares de observação de outras zonas do estuário do Tejo e como pólos de animação ambiental". A realização de estudos de monitorização da relação entre as espécies, os habitats criados e as áreas agrícolas envolventes são outros dos objectivos traçados.
O projecto envolve um investimento de quatro milhões de euros, mas nesta fase deverão avançar apenas as actividades consideradas prioritárias, ficando para mais tarde a recuperação das casas e das antigas salinas. Pedro Serrasqueiro, secretário-geral da Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, disse que o projecto "vai permitir dar outra dinâmica e um impulso diferente à região": "Estamos a trabalhar no turismo natureza e a lezíria-sul tem um grande potencial". A mesma opinião tem Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, para quem este projecto é mais uma peça importante para desenvolver o turismo no concelho.
Fonte: O Público
1 comentários:
Bom projecto!! o Zé Manel é que vai gostar disto:)
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