Doentes obrigados a pagar na hora o transporte às urgências do Hospital de Vila Franca
As corporações de bombeiros do concelho de Vila Franca de Xira estão há três anos a cobrar aos utentes os serviços que não sejam reconhecidos pelo hospital de Reynaldo dos Santos como urgentes. A medida destina-se a evitar mais dívidas incobráveis que, segundo os soldados da paz, está a estrangular as contas das colectividades.
Uma idosa de 71 anos, residente em Vialonga, foi transportada ao Hospital de Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira, e obrigada a pagar (na hora!) a utilização da ambulância.
Desde há três anos que a maioria das corporações de bombeiros do concelho estão a cobrar os serviços de transporte que não sejam considerados urgentes pelos médicos de serviço no hospital. A medida destina-se a evitar um acréscimo do montante de dívidas incobráveis resultantes do transporte de doentes, que anda na casa dos milhares de euros por ano nas várias associações.
“As urgências são pagas pela Administração Regional de Saúde, pelas seguradoras ou pelo utente. O médico no hospital é que diz se a pessoa mereceu, de facto, ser transportada de emergência ou não. Mas isso é relativo e depende da apreciação do médico porque a pessoa pode estar a morrer a caminho do hospital e depois recuperar e já não merecer o caracter de urgência. Muitas vezes os médicos têm uma carga de trabalho tão elevada que nem carimbam os verbetes de urgência, deixando o utente a braços com o pagamento”, explica o comandante dos bombeiros voluntários de Vialonga, José Sousa, que acrescenta que as corporações têm de salvaguardar o pagamento desse transporte. “Por isso o que estamos a fazer é cobrar aos utentes os serviços que não sejam considerados de imediato como urgências. Quando o hospital devolver os verbetes nós conferimos e, se for o caso, devolvemos o dinheiro ao utente”, acrescenta o comandante.
O caso de Armanda Mendes Vieira repete-se no concelho. A idosa estava há uma semana com queixas do foro intestinal. No domingo acabou por pedir ajuda. A mulher, viúva e residente em Vialonga, ligou para o centro de saúde, onde foi informada de que a sua médica de familia estava de férias. Ligou para a linha saúde 24 que a aconselhou a ir ao hospital quanto antes já que a situação poderia ser grave. Foi encaminhada para os bombeiros de Vialonga, mas foi logo informada sobre o custo do transporte. “Atendeu-me uma senhora que me disse: Eu tenho uma ambulância aqui à porta mas a senhora vai ter que pagar 11 euros. Ou vai de carro ou taxi. Eu disse que não estava em condições e ela respondeu que eu deveria ir reclamar ao hospital de Vila Franca”, conta Armanda Vieira a O MIRANTE.
Os soldados da paz arrancaram para socorrer a idosa que chegou ao Hospital de Reynaldo dos Santos minutos depois. Foi atendida de imediato e colocada a soro. Entretanto chegou a hora do pagamento. “Até se via na cara do bombeiro que não queria receber o dinheiro. Primeiro socorriam e depois mandavam a conta para casa, não devíamos ter de pagar logo na altura. Numa urgência a pessoa pode não ter dinheiro”, lamenta a nossa interlocutora. Na maioria das vezes são as corporações que suportam as despesas resultantes do transporte urgente e só em Vialonga já existe uma verba de 15 mil euros por receber. O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, António Carvalho, confirma a prática e acrescenta que esta é uma situação que não se coloca em todos os hospitais e é resultado do método escolhido pelo Reynaldo dos Santos para a triagem das urgências. Lamentando a falta de abertura da administração do hospital face a esta matéria, António Carvalho diz ser necessária a criação das urgências sociais. “Existem pessoas que precisam de ser atendidas mas nem têm dinheiro para pagar”, lamenta.
O responsável adianta já ter pronto um protocolo a celebrar com o Ministério da Saúde com vista à resolução do problema mas que a sua assinatura foi adiada para a próxima legislatura devido à proximidade das eleições.
Fonte: Jornal "O Mirante"
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9 comentários:
Peço que leiam a notícia toda...é caricato e a culpa realmente não é dos bombeiros que fazem o que podem!!
A parte do "há um protocolo com o Ministério da Saúde pronto mas que foi adiado por causa das eleições" é de morrer a rir (para não chorar!), é que a 6 meses das eleições o país pára, e depois são precisos mais outros 6 meses (no mínimo) para que o novo ministro se inteire da situação...entretanto, as pessoas que se fodam!!!
CHULOS!!!!!
Fdx... até a merda de 1 país cm Cuba tem 1 serviço de saúde mil vezes melhor k o nosso...
Ganda vergonha...
Palhaçada
O serviço de saúde em Cuba não pode ser base de comparação. É melhor que qualquer outro serviço de saúde, seja em que país for...
Ó Anónimo, é o melhor e deve servir como referência, e não como comparação. São coisas distintas. Quando os portugueses não tiverem que viajar até Cuba para tratar das suas cataratas, por exemplo, aí sim, vai haver qualquer coisa para comparar. Para não falar do facto de ser gratuito, que é algo completamente impensável por cá.
Ó Anónimo, gostas de gritar Viva Fidel, mas tens verghonha de ser comunista, assina lá os comentários ou serão apagados.
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