Corrida Final da Feira de Vila Franca

Forcados de Vila Franca mereciam praça cheia na corrida final da Feira de Vila Franca

Começamos esta crónica por dar os parabéns a Ricardo Levezinho, por ter levado por diante uma corrida que se sabia que iria decorrer sobre chuva, pois durante todo o dia a chuva foi uma constante, mas a empresa precaveu-se e cobriu o “ruedo” com uma lona durante o dia e antes da corrida os areneiros deixaram a arena impecável para os artistas poderem actuar, pena que após esta demonstração de profissionalismo por parte da Tauroleve o público não tivesse aderido em força, pois apenas cerca de metade das bancadas se encontravam preenchidas.

Muitas das caras que se viam nas bancadas eram de elementos ligados á forcadagem nacional, eram muitos os jovens e antigos forcados de grupos de todo o país que quiseram marcar presença na Palha Blanco, na noite de 6 de Outubro, para assim também eles prestarem uma homenagem ao grande Cabo e valoroso FORCADO dos Amadores de Vila Franca de Xira, Vasco Dotti.


Vasco Dotti escolheu o primeiro toiro da noite para se despedir, e foi bonito ver que os elementos que o ajudaram nesta sua última pega, eram os companheiros que com ele viveram momentos de glória nos anos 90. Guilherme Borba “Manucho” como primeira ajuda, Ricardo Belchior “Sevilha” e Paulo Paulino “Bacalhau” nas segundas e Carlos Calado, Rui Batista e Rui Gomes nas terceiras ajudas, ajudaram com a eficácia de outros tempos Vasco Dotti a consumar uma pega tecnicamente perfeita à primeira tentativa.

Seguiram-se mais cinco pegas todas á primeira tentativa por intermédio dos forcados Ricardo Patusco, Pedro Castelo, Diogo Pereira, o novo cabo Ricardo Castelo e finalmente com muita calma e serenidade frente a um toiro manso o forcado Bruno Casquinha. Nota ainda positiva para a coesão demonstrada em todas as pegas pelos ajudas do Grupo de Vila Franca de Xira.

A Ricardo Castelo o “Naturales” deseja os maiores sucessos á frente de um dos grupos mais prestigiados da Pátria do Forcado Amador.

Quanto aos cavaleiros, António Telles iniciou a lide ao primeiro de Fernando Palha, com três compridos á tira e depois de trocar de montada, e frente a um toiro pouco colaborante, António puxou da Mestria do seu toureio para deixar a ferragem correcta, sempre de frente e ligado ao toiro, excelente o ultimo ferro, desde a preparação ao remate.

O seu segundo toiro era um manso e só investia por “arreões”, ainda assim o cavaleiro da Torrinha numa lide de menos a mais, conseguiu momentos de grande emoção, em especial com os ferros colocados a sesgo e com a dificuldade acrescida de a reunião se dar á porta dos curros.

Luís Rouxinol teve pela frente um primeiro toiro manso e distraído, ao qual o cavaleiro não conseguiu dar a volta. Infeliz nos compridos, e esforçado nos curtos. No final da lide o cavaleiro de Pegões num acto de humildade recusou dar volta a arena, apesar dos incentivos do público que reconheceu a sua entrega.

No seu segundo, já teve uma actuação á Rouxinol. Iniciou a lide com dois compridos que ficaram no chão (pareciam não ter arpão), repetiu as sortes com força e garra que personificam a sua actuação, com garra e entrega, entendeu o toiro, procurou andar ligado. Terminou a actuação na Palha Blanco, com um violino, um palmito e o tradicional par de bandarilhas a duas mãos.

Leonardo Hernandez iniciou a lide do seu primeiro, com dois compridos em sortes frontais, nos curtos aproveitou a nobreza do toiro para com ladeios ao longo da tábuas, com mudança de direcção escutar as primeiras ovações. Culminou a lide com dois palmitos em sorte de violino.

O seu último toiro, quanto a nós o pior do lote, um manso que só queria fugir, o rojoneador espanhol teve uma actuação sem brilho, com a colocação irregular dos ferros, uns traseiros e outros descaídos.

O curro enviado por Fernando Palha, não serviu, eram praticamente todos mansos, a investirem só pela certa, todos com quatro anos e a pesarem entre os 480 e os 515 kg, melhor o terceiro e pior o sexto.

Dirigiu a corrida o Sr. Lourenço Luzio assessorado pelo médico veterinário Dr. Jorge Moreira da Silva.

( Crónica del enviado especial de NATURALES CORREIO DA TAUROMAQUIA IBERICA, Vítor Morais BESUGO )
Fonte: NATURALES