O regime liberal instaurado em Portugal pela Revolução de 24 de Agosto de 1820 não podia satisfazer os sectores mais reaccionários da população, que reclamavam a restauração do Absolutismo. À cabeça dos descontentes encontravam-se a rainha D. Carlota Joaquina, esposa de D. João VI, que recusara jurar a Constituição de 1822 e estava exilada em Queluz, e o filho segundo dos soberanos, o Infante D. Miguel.
O ano de 1823 trouxe aos absolutistas a ocasião por que esperavam. A invasão de Espanha por tropas francesas mandatadas pela Santa Aliança para esmagar o regime constitucional e reconduzir ao poder o rei Fernando VII encorajara o levantamento absolutista do conde de Amarante no norte de Portugal e animou o partido da rainha a revoltar-se abertamente, confiante no auxílio francês. A 27 de Maio de 1823, o Infante D. Miguel deslocou-se a Vila Franca e aí se lhe juntou um regimento de infantaria que deveria ter seguido para Almeida a reforçar a fronteira contra as investidas dos revoltosos nortenhos. Foram dados vivas à monarquia absoluta, e é de crer que o infante e a rainha projectassem mesmo a abdicação de D. João VI, que se mantinha fiel à Constituição que jurara.
No final do mês, porém, D. João VI decidiu tomar a direcção da revolta, encorajado pelo levantamento do Regimento de Infantaria 18, que viera ao Palácio da Bemposta dar-lhe vivas como rei absoluto; partindo para Vila Franca, obrigou o infante rebelde a submeter-se-lhe e regressou a Lisboa em triunfo. As cortes dispersaram-se, vários políticos liberais partiram para o exílio e foi restaurado o regime absolutista, mas D. João VI logrou impedir a ascensão ao poder do partido ultra-reaccionário e manter a sua posição determinante no xadrez político. O partido da rainha não deixou, porém, de continuar a intrigar, e menos de um ano mais tarde eclodia nova revolta absolutista, a Abrilada, que resultou no exílio do próprio Infante D. Miguel.

D. Miguel saúda os soldados ao chegar a Vila Franca
A insurreição da Vilafrancada foi sobretudo sintoma das tensões que a rapidez das mudanças políticas no país haviam trazido à superfície e contribuiu para alimentar o clima de instabilidade que continuou a assombrar o país até à Regeneração.
No lugar do actual concelho de Vila Franca de Xira existiram ao longo da Idade Média e até meados do século XIX quatro concelhos distintos - o de Povos (hoje uma povoação da freguesia de Vila Franca de Xira), Alverca, Alhandra e Vila Franca; em 1855, porém, estavam todos integrados no actual concelho de Vila Franca.
Manteve disputas territoriais com Loures pela posse de Santa Iria de Azóia, que fizera parte do concelho de Alverca, mas fora integrada em 1886 no concelho de Loures; em 1916 separou-se de Santa Iria de Azóia a freguesia da Póvoa de Santa Iria, que em 1926 passou definitivamente ao concelho de Vila Franca.
Em Vila Franca se deu, em 1823, o movimento revoltoso da Vilafrancada, levada a cabo pelo Infante D. Miguel contra a Constituição de 1822. Na sequência desses acontecimentos, Vila Franca de Xira foi renomeada para Vila Franca da Restauração; o nome, contudo, não durou, posto que após o fracasso da Abrilada, no ano seguinte, voltou à forma original.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vilafrancada e http://vfxira.no.sapo.pt/
1 comentários:
ganda paranoia!!!!!!!
Enviar um comentário