Mais de metade da Área Metropolitana de Lisboa (AML) tem risco sísmico elevado ou muito elevado, segundo a cartografia de riscos elaborada no âmbito da revisão do Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT)
De acordo com a cartografia de riscos da AML, a zona do Arco Ribeirinho Sul, que se estende entre Almada e Alcochete e para onde estão previstos os projectos de requalificação dos antigos complexos industriais da Margueira, Siderurgia Nacional e CUF/Quimigal, tem risco moderado e elevado de inundação por tsunami.
A versão preliminar do PROTAML, hoje apresentada, aponta "a susceptibilidade à inundação por tsunami é elevada em seis por cento do território da AML, constituindo pontos críticos as costas arenosas e os estuários do Tejo e do Sado, com destaque para as zonas ribeirinhas dos concelhos de Alcochete, Moita, Barreiro, Almada e Seixal".
Já o risco sísmico, devido à proximidade de estruturas activas submarinas junto ao território continental português e à falha do vale inferior do Tejo, é elevado ou muito elevado em 74 por cento do território, com os casos mais desfavoráveis em Alcochete, Vila Franca de Xira e Montijo.
Os perigos de desabamentos e deslizamentos são "mais relevantes" nos concelhos de Mafra, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira e Setúbal, onde a área sensível varia entre 11 a 34 por cento dos respectivos territórios. As zonas do litoral da AML mais expostas á erosão marinha mais intensa correspondem às áreas de costa baixa arenosa, com destaque pata a Caparica e Cova do Vapor. Outro dos riscos a que a Área Metropolitana está exposta é o de cheia, mas os efeitos não são sentidos da mesma forma em todo o território.
Enquanto as cheias progressivas no Rio Tejo são susceptíveis de inundar 12 por cento do território da AML, com os casos mais graves em Vila Franca de Xira, Alcochete e Moita, as cheias rápidas afectam pequenas bacias hidrográficas e podem ser mortíferas, especialmente nas áreas densamente urbanizadas e com ocupação indevida dos leitos de cheia.
As cheias rápidas afectam principalmente as bacias hidrográficas da Grande Lisboa, entre os concelhos de Mafra e Vila Franca de Xira. Na Península de Setúbal o maior risco é na ribeira do Livramento.
Os fundos de vale inundáveis por cheia rápida representam apenas 1,5 por cento da área total da AML, mas em concelhos como Odivelas e Loures estas áreas correspondem a mais de 10 por cento do total dos respectivos territórios. O risco de incêndios florestais é elevado ou muito elevado em cerca de 18 por cento da AML, com os casos mais graves em Mafra, Loures, Sintra e Setúbal, onde a área mais vulnerável varia entre 25 e 54 por cento dos respectivos territórios.
A Área Metropolitana de Lisboa é ainda a região do país com maior concentração de unidades industriais com potencial para gerar acidentes graves envolvendo substâncias perigosas, destacando-se as unidades de produtos químicos e de combustíveis, com os casos mais perigosos e, Sintra, Loures, Vila Franca de Xira, Almada, Barreiro e Setúbal.
Os técnicos responsáveis pela cartografia do risco na AML apontam ainda o atravessamento do oleoduto nos concelhos do Montijo e Palmela e os atravessamentos do gasoduto em alta pressão nos concelhos de Loures, Vila Franca, Palmela e Alcochete. As metas PROTAML remetem para 2015 a conclusão de toda a regulamentação sobre o uso de zonas perigosas, para todos os tipos de riscos e em todos os municípios da AML.
Lisboa pode sofrer um novo sismo
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National Geographic diz que Lisboa pode sofrer um novo sismo
Um estudo publicado na edição online da revista National Geographic destaca o facto de Lisboa poder vir a sofrer um novo sismo, em tudo semelhante ao de 1755 que praticamente arrasou o capital portuguesa.
Segundo alguns especialistas, o terremoto de 1755 terá sido consequência da actividade do sistema de placas subterrâneas, cujo movimento continua a ser detectado, deixando no ar a possibilidade de que um novo abalo, de consequências devastadoras, possa voltar a repetir-se na Península Ibérica.
Citando um estudo recente, a National Geographic refere que os limites da placa ao sul da Península Ibérica não estão bem definidos, o que causa actividade tectónica que poderá vir a ser responsável por novos sismos.
Defendendo que o tremor de terra de 1755, que teve uma magnitude de 8,7 na escala de Richter e provocou mais de 60 mil mortos, mas cujas causas são ainda pouco claras, poderá ter sido causado pelo mergulhar da litosfera (a camada sólida exterior do planeta) oceânica sob a litosfera continental, a revista assinala que o estudo recente, publicado inicialmente na revista Science, «mostra actividade contínua nesse sistema de placas, suscitando receios de que um novo tremor de terra pode atingir a região com consequências potencialmente devastadoras - ainda que provavelmente não durante muitos anos».
Marc-Andre Gutscher, do Instituto Europeu de Estudos Marítimos de Plouzane, França, e autor do estudo, recorda que o tremor de terra de 1755 foi 20 vezes mais forte que o tremor de terra de São Francisco, em 1906, sendo que, neste momento, «a placa africana está a movimentar-se cerca de quatro milímetros por ano em direcção Oeste-Noroeste para a Ibéria. Ao mesmo tempo, parte dessa placa africana está a afundar-se na segunda camada da crosta do planeta».
Contudo, a National Geographic também refere que a opinião de Marc-Andre Gutscher não é partilhada por todos os estudiosos, como é o caso de Alastari Dawson, professor de geologia na Universidade de Coverty, em Inglaterra, o qual aponta como principal crítica ao trabalho de Gutscher o facto de se centrar «muito no golfo de Cádiz», quando «quase todos os documentos e análises existentes sugerem que o epicentro de 1755 foi a Oeste de Portugal, na bacia do oceano». »
3 comentários:
Já hoje houve um em Faro, intensidade 4,3...
Já existem preparativos em Lisboa para um sismo de grande escala que previsivelmente ocorrerá dentro de alguns anos
Se tudo correr mal, é o sismo a abalar a cidade e o Santana a reconstrui-la..
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