Parque temático das lezírias de Vila Franca de Xira envolve investimento de 10 milhões de euros
Obras do pólo turístico do Cabo devem avançar em Janeiro
Obras do pólo turístico do Cabo devem avançar em Janeiro
O projecto de criação de um parque temático ligado às tradições ribatejanas em terrenos da Companhia das Lezírias situados junto à saída sul da Ponte do Marechal Carmona de Vila Franca de Xira já tem declaração de impacte ambiental (DIA) favorável emitida pelo ministério da tutela, condicionada ao cumprimento de sete medidas específicas.
As obras, segundo a empresa promotora Pólo do Cabo - Lezírias Resort Hotel, deverão avançar em Janeiro e o empreendimento, estimado em 10 milhões de euros, deverá ser inaugurado um ano depois.
Trata-se do maior investimento turístico efectuado no concelho de Vila Franca de Xira, com o objectivo de transformar uma antiga área de armazéns e de silos da Companhia das Lezírias (o espaço foi concessionado por esta empresa pública), situada junto ao Tejo, num complexo multiusos especialmente ligado às tradições equestres e tauromáquicas da região, apostando na figura do campino e nas actividades características dos campos agrícolas vila-franquenses para atrair visitantes.
O projecto envolve uma área total de 22 hectares, 18 dos quais serão áreas verdes regadas e de sequeiro, onde continuará a haver alguma actividade agrícola e cuja existência será conciliada com o funcionamento do pólo turístico através de actividades como um labirinto em campos de milho. O Pólo do Cabo incluirá nos restantes quatro hectares áreas de recepção, cervejaria, bar, edifício administrativo, restaurantes, um hotel com 45 quartos, lojas de produtos tradicionais, ginásio e pavilhão polivalente. Integra também áreas temáticas com zonas para feiras e eventos, elementos escultóricos, áreas multiusos e de jogos, uma paliçada com bares amovíveis, uma arena, piscina amovível, centro equestre e parque infantil.
Observação de aves
O seu funcionamento deverá ser articulado com outras estruturas da região, como o espaço de observação e visitação de aves, a desenvolver alguns quilómetros a sul, e a Ermida da Senhora de Alcamé, situada na mesma área.
A consulta pública do estudo de impacte ambiental desenvolveu-se em Março e Abril e a DIA emitida pelo Ministério do Ambiente aponta sete condicionantes que deverão ser tidas em conta no projecto de execução. Entre elas a necessidade de cumprir os planos de monitorização, de construir três estações de tratamento de águas residuais (ETAR) integradas em construções preexistentes, de reutilizar águas provenientes das ETAR para rega e de cumprir as normas do Plano Director Municipal no que diz respeito ao património edificado rural.
A DIA realça, igualmente, que o projecto terá que cumprir as condicionantes estabelecidas para a ocupação edificada "em zonas ameaçadas por cheias", o que significa que "poderá ser permitida a reconstrução/remodelação/reconversão desde que correspondam à substituição de edifícios a demolir, não podendo a área de implantação ser superior à anteriormente ocupada". Sublinha, ainda, que não serão permitidas caves, nem a construção de aterros e que as cotas mínimas de soleira dos edifícios a reconstruir terão que estar acima da maior cota de cheia conhecida no local.
A ideia de desenvolver um complexo turístico nesta área situada em frente de Vila Franca de Xira, do outro lado do Tejo, onde já existe uma pequena arena para espectáculos taurinos e se realiza nos últimos anos a Festa do Campo, da Lezíria e do Cavalo, tem quase uma década. Defrontou-se, todavia, com sucessivas exigências da administração central, que culminaram com a necessidade de elaborar este estudo de impacte ambiental.
"Andamos nesta luta há seis anos. Fomos enfrentando vários obstáculos que fomos ultrapassando", salienta Carlos Bexiga, administrador da Pólo do Cabo - Lezírias Resort Hotel, frisando que não lhe parece que este tipo de projecto venha a ser afectado agora pela crise económica. "A atracção turística de Vila Franca de Xira está muito débil, está por explorar e não tem havido iniciativas que façam essa promoção. Temos fé que iremos ajudar nesse sentido", sustenta o empresário, explicando que decorre agora a fase de preparação do relatório de conformidade com a DIA e que as obras deverão começar em Janeiro.
"A estimativa de obra é de um ano e fazemos questão de não ultrapassar os dez milhões de euros de investimento previsto", conclui Carlos Bexiga, admitindo que, com algum optimismo, ainda seja possível ter tudo pronto até final de 2010.
Fonte: O Público
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