Floresta das Identidades quer criar um "pulmão verde do Tejo" às portas de Lisboa. Blasted Mechanism dão parte da receita de concerto.
A Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira e a Associação de Beneficiários da Lezíria Grande (ABLG) vila-franquense estão a desenvolver um projecto de reflorestação desta extensa planície agrícola da margem esquerda do Tejo. IntituladaFloresta das Identidades, a iniciativa pretende, numa primeira fase, criar condições para a plantação de 14 mil árvores espalhadas pelas principais valas de água de uma rede de rega e de drenagem que se estende por dezenas de quilómetros ao longo de toda a Lezíria Grande, que, na prática, é uma ilha, rodeada pelos rios Tejo e Sorraia, com cerca de 150 quilómetros quadrados.
O projecto tem o apoio de entidades como a Quercus e a Condomínio da Terra e dos Blasted Mechanism, que resolveu canalizar dois euros por cada bilhete vendido para o concerto que vai realizar, no dia 28 de Novembro, no Coliseu dos Recreios em Lisboa, para a aquisição e plantação de árvores. Por esta via, segundo a junta de freguesia vila-franquense, já está assegurada a plantação de cerca de 4000 árvores, correspondentes a igual número de bilhetes vendidos. Os detentores de bilhete ou outros interessados em apoiar a campanha poderão, depois, atribuir um nome à(s) árvore(s) que apadrinham e acompanhar o seu crescimento, no próprio local ou através do portal da Junta de Freguesia de Vila Franca na Internet.
A autarquia sublinha que esta acção, inserida no Objectivo Carbono Zero, pretende promover "um maior equilíbrio entre a exploração agrícola e o espaço arborícola, procurando criar um ""pulmão verde do Tejo" às portas de Lisboa". De acordo com a junta de freguesia, esta área já constituiu, outrora, "uma zona amplamente florestada", mas as catástrofes naturais (sobretudo os terramotos de 1755 e de 1909) e algumas práticas agrícolas levaram à "desertificação" de árvores em muitas zonas da Lezíria Grande.
A Lezíria Grande representa cerca de metade da superfície do concelho de Vila Franca de Xira e constitui uma das zonas agrícolas mais férteis do país. Nestes 150 quilómetros quadrados, atravessados a meio pela conhecida Recta do Cabo (troço da Nacional 10 que liga o Porto Alto a Vila Franca), predominam as culturas de arroz, milho e tomate e a criação de gado, mas são produzidas também muitas culturas hortícolas que abastecem a região de Lisboa.
Nidificação de aves
Segundo José Fidalgo, presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca, esta plantação de árvores far-se-á sobretudo junto aos valados (valas de água) e pode ter um papel muito importante não só na sustentação das encostas das valas, como também na criação de sombras, na produção de fertilizantes naturais e na criação de mais condições para a nidificação das aves.
Em declarações ao PÚBLICO, o autarca do PS explicou que está definido que serão plantadas exclusivamente árvores autóctones, nesta primeira fase sobretudo freixos e salgueiros e, posteriormente, também amieiros. "Os agricultores percebem muito bem a mais-valia que as árvores constituem para lezíria. É uma reposição dos ecossistemas", vincou, realçando a importância deste envolvimento da banda Blasted Mechanism para uma divulgação mais alargada do projecto e referindo que acredita que a população local também vai aderir bastante.
Fonte: O Público
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