Instituto que zela pelo património exige mais garantias de protecção da primeira fábrica portuguesa de curtumes e do monte do Senhor da Boa Morte.
Recomendações do Igespar (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico) obrigaram a Câmara de Vila Franca de Xira a promover uma reformulação profunda dos estudos de traçado e do estudo de impacte ambiental (EIA) da variante à cidade. Em causa estão maiores garantias de protecção de dois imóveis classificados: o que resta da primeira fábrica portuguesa de curtumes e o monte do Senhor da Boa Morte.
Recomendações do Igespar (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico) obrigaram a Câmara de Vila Franca de Xira a promover uma reformulação profunda dos estudos de traçado e do estudo de impacte ambiental (EIA) da variante à cidade. Em causa estão maiores garantias de protecção de dois imóveis classificados: o que resta da primeira fábrica portuguesa de curtumes e o monte do Senhor da Boa Morte.
O vice-presidente do município, Alberto Mesquita, disse ao PÚBLICO que esta reformulação deverá ficar pronta ainda no primeiro semestre de 2010. "Tentaremos proteger ao máximo aquele património e manter a naturalização existente e queremos avançar o mais rapidamente possível para a conclusão deste novo EIA, para depois colocar à discussão pública e iniciar a obra", vincou.
O Igespar chegou a sugerir o estudo de um percurso mais a oeste, mas a câmara decidiu insistir na ideia original, porque considera que uma alternativa a oeste (zona da Loja Nova) obrigaria a um trajecto muito mais extenso, que perderia as características de variante.
"Acontece que era um traçado mais a poente, com uma orografia muito complicada e, sobretudo, com um traçado que ia duplicar as distâncias. Ora, uma variante, como o próprio nome indica, tem que ser uma alternativa a algo e tem que ser estimulante para todas as pessoas a utilizarem. Se formos fazer uma variante com um número de quilómetros muito acentuado, as pessoas não a utilizam. Por isso, continuamos a insistir naquele traçado, que tecnicamente é o mais aconselhável", prosseguiu o autarca do PS, responsável pelo pelouro das acessibilidades.
Alternativas à EN1 e EN10
A câmara calcula que esta variante - com uma extensão de cerca de quatro quilómetros - custe perto de 25 milhões de euros, mas conta com comparticipações da administração central, uma vez que constituirá uma alternativa às Estradas Nacionais n.º 1 e 10 e um dos principais acessos ao novo hospital, que vai ser construído entre Vila Franca de Xira e Castanheira do Ribatejo.
Segundo Alberto Mesquita, a preocupação agora "é tentar compatibilizar a zona especial e também preservar todo o património existente, encontrando as soluções que tecnicamente nos são colocadas", prosseguiu, frisando que a câmara insiste neste traçado "porque não há outro".
O processo de consulta pública do EIA deveria ter avançado no último trimestre do ano passado, mas só deverá ocorrer, agora, no início do Verão.
Projecto:
O projecto consiste numa via com cerca de quatro quilómetros, dois túneis de atravessamento da zona montanhosa - que circunda a localidade sede do município - e um viaduto.
Traçado A entrada para a variante será na zona norte da cidade, no Bairro de Povos, perto do futuro hospital concelhio, em direcção a sul, rompendo a área da Pedra Furada através de um túnel. Daí seguirá em túnel até à Estrada Nacional n.º 248, perto do Bairro da Mata.
Fonte: O Público
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