google.com, pub-5297207495539601, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Vila Espanca: Companhias de teatro de Vila Franca em rota de colisão com câmara municipal

Companhias de teatro de Vila Franca em rota de colisão com câmara municipal

Alteração à forma como a autarquia dará os apoios logísticos motiva críticas duras.
As companhias de teatro amador do concelho de Vila Franca de Xira estão em rota de colisão com a câmara municipal. A autarquia prepara-se para mudar a forma de atribuição dos apoios que são vitais para a sobrevivência de alguns grupos, que se juntam em reunião no dia 20 para debater o futuro.


A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira decidiu mudar as regras do apoio logístico aos grupos amadores de teatro do concelho em 2010, o que está a gerar uma onda de críticas. Os grupos decidiram por isso realizar uma reunião, que está agendada para sábado, 20 de Fevereiro, em Alverca, para debater soluções e, se for caso disso, formas de luta.

O município prepara-se para introduzir uma alteração no protocolo anual a estabelecer entre a câmara municipal e os grupos de teatro que inclui a alteração da prestação dos apoios logísticos. A partir de agora, quando uma companhia de teatro for actuar fora da sua localidade, quem ficará encarregue de suportar o transporte dos artistas e dos cenários serão os promotores dos espectáculos, sejam eles associações do concelho, juntas de freguesia ou empresas.

O problema, segundo as companhias de teatro, é que estes transportes são caros e muitas das associações que os recebem não têm meios para suportar essas despesas adicionais. Em caso de necessidade a câmara municipal promete ajudar, mas apenas no horário de expediente. Como a maioria dos responsáveis dos grupos de teatro têm os seus empregos durante o dia, poucos são os que poderão recorrer a esse serviço.

O clima tenso entre os grupos de teatro e autarquia já existe há vários anos, desde que o município deixou de comparticipar as deslocações ao exterior do concelho. O problema agravou-se na última semana, durante uma reunião entre o Cegada Grupo de Teatro (de Alverca) e o vereador Fernando Paulo (PS), durante a preparação da quarta mostra de teatro de Alverca.

“A informação que nos deram é que, a partir deste ano, quem organiza os eventos é que tem de suportar os transportes. Para a nossa quarta mostra de teatro todos os grupos vêm do concelho e ao abrigo do protocolo existente, mas teremos de ser nós a suportar isso, ainda nem sabemos como”, lamenta José Telles, vice-presidente da direcção do Cegada Grupo de Teatro a O MIRANTE.

“Isto é um grande corte no teatro do concelho. Vai levar a que cada vez menos associações nos queiram receber, porque além de nos pagarem têm de pagar o transporte também. A maioria dos nossos espectáculos são feitos no interior do concelho, em A-dos-Loucos ou na Calhandriz, em associações que já têm pouco dinheiro. Isto visa estrangular as actividades dos grupos de teatro do concelho”, acusa José Telles, acrescentando que “não são as associações culturais que têm de andar de joelhos junto da Câmara Municipal a pedir apoios mas sim o contrário”.

Para João Santos Lopes, encenador do Grupo de Teatro Esteiros, de Alhandra, esta nova medida é mais uma “machadada brutal” na cultura do concelho e é, em sua opinião, “um esquema concertado e bem planeado da câmara municipal de Vila Franca de Xira para destruir o teatro amador e canalizar todos os fundos para um único projecto teatral profissional em todo o concelho”. João Lopes admite ser um privilegiado pelo seu grupo estar inserido na Sociedade Euterpe Alhandrense, que lhe permite ter acesso a um autocarro e uma carrinha. “O novo vereador da cultura, João de Carvalho (Coligação Novo Rumo) tem neste problema uma hipótese de mostrar a sua raça e mudar alguma coisa senão será igual aos que já lá estão a chefiar a câmara”, desafia.

Olga Costa, directora do Grupo Cénico a Forja, de São João dos Montes, consideram que o grupo foi barrado a um apoio importante que poderá pôr em risco a sobrevivência do trabalho que desenvolvem. A responsável lamenta que “desde que o partido socialista conquistou a câmara o apoio à cultura tenha diminuído” e lamenta que “se querem matar o teatro amador, feito por gente humilde depois do trabalho diário, estão a conseguir”, refere.

O vereador Fernando Paulo esclarece que o protocolo de 2010 ainda não foi aprovado em reunião de câmara, mas adianta que “o princípio que está determinado para este ano é que quem pede a actuação do grupo teatral deve assegurar esse apoio logístico, que pode ser assegurado via promotor ou com o apoio da câmara”. O vereador socialista acrescenta ainda que “pode acontecer, porque as solicitações das associações culturais são muitas e os meios limitados, não ser possível dar apoio a todas ao mesmo tempo. Essa gestão é muito criteriosa e é feita em articulação entre o gabinete de apoio ao movimento associativo e a divisão que trata dos transportes (autocarros, camiões e carrinhas)”. Para Fernando Paulo “não é verdade que esta tenha sido uma machadada às associações culturais porque para este ano foi deliberado um aumento do apoio financeiro destinado ao funcionamento destas associações”.

João de Carvalho admitiu o problema e deu como exemplo uma recente deslocação do Grémio da Póvoa de Santa Iria a Évora, que “ao abrigo do protocolo teve o cuidado de avisar da necessidade de transporte porque não tínhamos capacidade para os levar”.

Fonte: O Mirante

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