google.com, pub-5297207495539601, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Vila Espanca: Domingo: chova ou faça sol, vamos encher a Palha Blanco!

Domingo: chova ou faça sol, vamos encher a Palha Blanco!

"Vamos encher a Palha Blanco! Chova ou faça sol! Vamos mostrar ao mundo o valor grandioso que ocupamos na sociedade!" - é o desafio lançado pela empresa "Tauroleve", que no próximo domingo, 28 de Fevereiro, organiza em Vila Franca de Xira, em parceria com a Casa dos Forcados de V. F. Xira o festival a favor da Associação dos Amigos dos Animais daquela cidade - para quem reverterá parte da receita, com o objectivo da construção de um canil projectado e ainda não concretizado há mais de dez anos.
O festival segue em frente, apesar da renúncia da Associação dos Amigos dos Animais de Vila Franca de Xira, "por razões que se devem a ameaças e comportamentos não pensáveis numa sociedade dita civilizada", refere a empresa "Tauroleve", que face a este recuo decidiu que o direito da Associação oficializado por protocolo (de que divulgamos os documentos) será entregue à Freguesia de Vila Franca, que ficará com o dever de libertar esse mesmo montante no apoio à construção do sonhado canil.

O festival, com início às 16 horas, reúne em cartel os cavaleiros Vitor Ribeiro, Manuel Telles Bastos, Manuel Caetano, Francisco Palha e Tomás Pinto, o Grupo de Forcados de Vila Franca de Xira e, na lide a pé, o Maestro Vitor Mendes e o novilheiro Nuno Casquinha.
Lidam-se novilhos-toiros oferecidos pelas ganadarias Prudêncio, Veiga Teixeira, Vinhas, Fernandes de Castro, Engº Ruy Gonçalves, Engº Jorge Carvalho, Manuel Coimbra, Canas Vigouroux, Soc Agríc. Rio Frio e Fernando Palha.

O empresario de Vila Franca em entrevista sincera com Patrícia Sardinha, ante a iminente abertura da temporada, no próximo domingo.

Mantendo uma postura exemplar, longe de conflitos e enredos, a empresa taurina Tauroleve tem vindo ao longo de dois anos, a trabalhar em prol da reconquista de aficionados a uma das praças mais emblemáticas e com mais história na nossa Tauromaquia, a Palha Blanco, em Vila Franca de Xira, sendo o lema principal ‘devolver os vilafranqueses à Palha Blanco’. Ricardo Levesinho em entrevista ao Naturales, fala-nos do passado, presente futuro da Festa Brava em Vila Franca de Xira e não só.
“À medida que a nossa confiança vai aumentando é nossa obrigação subir degraus.”

NATURALES: Passaram 2 anos desde que a empresa Tauroleve gere a Praça de Toiros “Palha Blanco” em Vila Franca de Xira. Que análise faz do vosso percurso até aqui à frente da “Palha Blanco”?
Ricardo Levesinho: Tem sido um percurso muito trabalhoso, que tem provocado um desgaste não só a mim pessoalmente como também a todos que me acompanham nesta missão. Às vezes duro mas também, à medida que o tempo tem passado, sentimos que estamos cada vez mais perto do que pretendemos que é a recuperação de uma praça mítica e cheia de possibilidades. Sinto que estamos no caminho correcto, já que vai aumentando a lotação média nos espectáculos e porque a nossa maior experiência dá-nos confiança para o futuro.

NATURALES: Quais têm sido as principais dificuldades da gestão taurina da Tauroleve?
Ricardo Levesinho: A principal dificuldade, como esperado desde o início, foi a fraca presença de público que caracterizou os últimos 10 a 15 anos. O fazer regressar verdadeiros aficionados à Palha Blanco que estavam afastados e a escassa presença do público em geral, estas duas dificuldades que se baseiam em fracas lotações, foram e continuam a ser a nossa principal preocupação. Para continuar a combater este ponto negativo demasiado conotado com a Palha Blanco, a tarefa tem de ser contínua e batalhadora já que não podemos errar seja pela verdade e sinceridade que tentamos ao máximo colocar nos espectáculos por nós organizados, seja por motivos que nos ultrapassam mas que podem implicar uma má imagem.

NATURALES: A que atribui o facto de, sendo Vila Franca uma cidade com inquestionável cultura taurina, berço de importantes matadores de toiros, cavaleiros, forcados e ganaderos, e que nas feiras da Maio e Outubro e nas festas do “Colete Encarnado” tem a suas ruas pejadas de gente entusiasta que anima as largadas e esperas de toiros, essa cultura taurina não se traduza na afluência de público à Palha Blanco?
Ricardo Levesinho: Como sabe Patrícia, os tempos mudam, a sociedade de Vila Franca deixou de incidir sobre o meio rural, as casas agrícolas sedeadas na Lezíria foram acabando e chegámos a um ponto que não se adaptou a tauromaquia á sociedade local actual. É verdade que existiram muitas mudanças de comportamentos, o êxodo diário das pessoas que trabalham em Lisboa e que só chegam à noite a Vila Franca, os novos residentes que são oriundos de outras zonas do país e que agora aqui vivem e outras razões existentes. Estas situações implicam naturalmente comportamentos distantes da tauromaquia porque no dia-a-dia não sentem a festa. E não bastam os sucessos das esperas de toiros 2 vezes ao ano. O que devia ter existido, e para mim essa foi a principal razão desta queda, foi a falta de visão global ao não se apostar na juventude através de informação e de espectáculos atractivos e variados.
E acrescento de forma consciente, e que me perdoe o último empresário, mas esta é a minha opinião sentida ou romântica, a falta de gosto pelo que se faz unicamente vendo negócio! Raramente se sentiu magia nas corridas em Vila Franca e um empresário tem de ser em primeiro lugar um aficionado exigente! Que podemos falhar em determinados momentos é inteiramente natural, mas nunca considerar que podemos realizar corridas ou qualquer outro tipo de espectáculo não sentido o que estamos a fazer! Quer queiramos quer não essa imagem passa para “fora” e infelizmente os aficionados sentiram-na e a Palha Blanco foi a principal penalizada.
Esta é a minha opinião pessoal de forma muito sincera e espero para bem desta Praça histórica e desta cidade cheia de história taurina que esteja certo e que corrigindo alguns comportamentos o caminho, como se tem verificado, seja de evolução continua.

NATURALES: Apesar disso sente que aos poucos, tem conseguido conquistar os aficionados vilafranquenses a regressarem à Palha Blanco?
Ricardo Levesinho: Temos tido graças a Deus evolução na participação de aficionados. Algumas tertúlias de Vila Franca têm apoiado imenso com o merecido destaque para a Casa dos Forcados Amadores de Vila Franca, A Cirófila, O Clube Taurino Vilafranquense, O Estoque e a Tertúlia Zás & Vira. Mas é fundamental que todas as outras tertúlias de índole tauromáquica considerem de vez que este é um projecto global que tem de ser sentido por todos, porque estamos a falar de uma causa, se assim a podemos considerar, fundamental para a defesa da tauromaquia não só na cidade, como no concelho, mas também a nível nacional. Se nos sentimos bem nas nossas tertúlias de âmbito inteiramente taurino tem de ser natural fazer tertúlia na Palha Blanco nos dias das Corridas de Toiros ou outros acontecimentos taurinos. É nesse local o melhor e mais correcto sítio para se falar de toiros, de toureiros e de se fazer evoluir os nossos conhecimentos e a nossa faceta crítica.

NATURALES: Este defeso a Tauroleve teve a possibilidade de abdicar da gerência da praça, no entanto optaram por continuar. O que vos fez tomar essa decisão?
Ricardo Levesinho: O continuar a acreditar que estamos no caminho correcto e sentirmo-nos aficionados intocáveis que nos possibilita confeccionar cartéis e escolha de ganadarias com ilusão no espectáculo de sucesso. E por outro lado contou muito a avaliação positiva do nosso trabalho que sentimos de pessoas e instituições para nós importantes.

NATURALES: O que podemos esperar da temporada 2010 na Palha Blanco?
Ricardo Levesinho: Um passo a mais em comparação com a temporada anterior. À medida que a nossa confiança vai aumentando é nossa obrigação subir degraus. Neste momento temos contactos com artistas com quem não nos atrevemos a apostar nestes 2 anos passados. E este, é um sinal claro que cada vez mais acreditamos no sucesso.

NATURALES: O Festival que montou para ajudar a Associação dos Amigos dos Animais de Vila Franca é contestado pelos ditos defensores dos animais, que se recusam a receber um centavo de um espectáculo taurino. Para além de um sinal de ingratidão como é que o Ricardo se sente em relação a esta oposição? E a ser verdade que não aceitam a oferta, para quem será o dinheiro resultante do Festival?
Ricardo Levesinho: Este festival é montado não por nós mas pela Casa dos Forcados Amadores de Vila Franca de Xira mas com toda a nossa colaboração. Digo que é assumido por nós como se fosse inteiramente nosso porque estamos a lutar lado a lado para que seja um sucesso total para que a nossa Festa tenha nessa tarde uma das suas datas marcantes.
A história deste festival prende-se com as dificuldades por nós conhecidas que esta Associação dos Amigos dos Animais de Vila Franca de Xira tem passado ao longo dos tempos e com a iminente perda do direito de cedência de um terreno, já que a Associação nunca conseguiu colocar de pé o objectivo para o qual a Câmara Municipal lhe efectuou a cedência, que era a construção de um canil.
As pessoas que dirigem esta associação são pessoas do nosso contacto diário e por elas sentimos que as podíamos ajudar na sua luta diária já que, imagine-se, algumas dessas pessoas têm em casa mais de 80 ou 100 cães e gatos! Imagine as dificuldades que essa situação implica associando ainda o acompanhamento diário que fazem a centenas de animais espalhados pelo concelho!
Numa conversa de circunstância essas pessoas acederam de forma completamente desinteressada, à possibilidade da obtenção de receitas através de um possível festejo taurino considerando a importância da tauromaquia em Vila Franca e daí até ao ponto em que foi assinado um protocolo entre a Associação referida, a Casa dos Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, A Freguesia de Vila Franca de Xira e a Tauroleve foi um processo normalíssimo em que a palavra gratidão e obrigado foram utilizadas de forma regular!
Quando se tornou público o Festival, a direcção da Associação recebeu inúmeras ameaças, algumas delas ferindo as regras da decência e da agressividade e de forma completamente amedrontada, fazendo saber que desistiam do seu direito estabelecido pelo protocolo devidamente consagrado!
Em relação às ameaças, por nós também recebidas, iremos dar a elas a importância que têm. O que nos preocupa é que o festival seja um sucesso e que a democracia e a liberdade existente neste país demonstre que vivemos num pais em que podemos viver e usufruir da mais séria e emotiva forma de cultura, que é a Tauromaquia.
Em relação ao dinheiro proveniente do Festival, será entregue directamente à Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, que terá o dever de o reter e disponibilizar no arranque da construção do canil

NATURALES: Em relação ao toureio a pé, a praça de Vila Franca tem sido das poucas que continua a investir nesta vertente e inclusive apoia os toureiros nacionais. Porque é que acha que existe esse preconceito por parte da maioria das empresas taurinas em relação ao toureio a pé e principalmente aos toureiros portugueses?
Ricardo Levesinho: Mais do que preconceito não podemos escamotear que temos uma crise de afirmação dos nossos jovens valores. Depois do Pedrito de Portugal na sua fase de novilheiro e algumas temporadas como matador de toiros, o nosso país taurino e todos os aficionados ficaram órfãos de alguém que os consiga motivar a acompanhar lá fora, essencialmente em Espanha. Se os nossos novilheiros e matadores de toiros actuais vivessem a 100% a sua profissão na minha opinião tinham de estar a lutar e fazer por realizar o seu sonho com o maior sucesso possível em Espanha. É ai que estão centenas de matadores a lutar diariamente pela sua oportunidade. E é ai que se faz a diferença e se consegue motivar admiradores e não em praças portáteis de Portugal por exemplo.

NATURALES: Enquanto aficionado e enquanto empresário, que medidas acha que se poderiam tomar, em defesa das tradições taurinas, face à contestação de que a festa é alvo?
Ricardo Levesinho: A primeira medida a tomar seria a passagem de várias competências que neste momento pertencem ao IGAC para as Câmaras Municipais. Cada região tem a sua história e a sua cultura enraizada e era importante que os espectáculos tivessem sensibilidade o que podia produzir o regresso da sorte de varas por exemplo a nível regulamentar e por outro lado por exemplo directrizes que definissem a obrigatoriedade da lide em corridas de toiros de animais com 4 anos por exemplo. E estas directrizes poderiam muito bem estarem dentro de um regulamento taurino regional, como se faz em Espanha. O que esta situação iria implicar era uma separação entre o trigo e o joio criando condições de conformidade conhecidas dos aficionados à priori.

NATURALES: Considera viável a criação em Portugal de uma estrutura de defesa da festa do tipo plataforma (caso espanhol) ou observatório (caso francês)?
Ricardo Levesinho: Viável e fundamental para a união do sector. Eu nem quero imaginar a força que a nossa festa teria se fossemos todos solidários e lutássemos pela sua defesa como o deveríamos fazer! Desaparecia de vez a velha máxima que os que destroem são, mais do que os anti-taurinos, os próprios taurinos.
Penso ser essencial termos um Sindicato dos Toureiros, uma Associação Portuguesa de Toiros de Lide e uma Associação dos Empresários forte, defendendo os seus direitos e o da Festa em geral. Exigentes que implicassem determinados comportamentos aos seus associados na defesa da nossa Tauromaquia. Criávamos bases para que a confiança, seriedade e luta pela nossa historia taurina fosse factor fundamental para que a Festa fosse cada vez mais atractiva, entusiasta e de futuro eterno.

Fontes: Farpas Blog e Naturales

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