As claques, fazem parte do espectáculo desportivo. A questão de saber se a sua acção, tal como a conhecemos, é boa ou má, divide as opiniões. Os outros agentes do fenómeno desportivo, desde os espectadores à imprensa, passando pelas autoridades, dividem-se na análise da questão e vão desde a recusa total e irrestrita em aceitar a acção “terrorista” amiúde noticiada e vista, até à posição mais tolerante em que fazem alguns exercícios de complacência tentando separar as “boas” das “más”.
Uma coisa é certa: as claques, sobretudo as ligadas aos clubes grandes, enquanto entidades agregadoras de emoções clubistas proporcionam aos seus membros o campo de manobra propício à necessidade de afirmação, o exercício da presunção de algum poder, o escape, e muitas outras coisas acobertadas, ou nem por isso.
A acção transgressora da ordem estabelecida é um dos factores identitários que lhes moldam a imagem. O outro é o apoio inequívoco ao clube do seu coração. O apelido “Ultra”, os cânticos, as coreografias e a agressividade fazem parte do cenário onde celebram o clubismo radical que erguem em bandeiras de fervor onde exibem o ascendente moral que faz com que se sintam acima dos adeptos “inimigos” de outras cores.
Os Piranhas do Tejo, a claque da União Desportiva Vilafranquense, ultrapassa com ligeireza a maioria dos estereótipos e rótulos depreciativos usualmente apegados aos congéneres. Juntam-se, divertem-se, apoiam o clube e exibem boa disposição, modo de estar e tolerância suficientes para serem distinguidos e apontados por bons motivos. A partir do próximo mês, este será o espaço onde contarão as suas histórias e o que mais lhes aprouver. Hoje, em forma de apresentação, aqui fica uma entrevista com um dos seus membros, David Inácio.
A acção transgressora da ordem estabelecida é um dos factores identitários que lhes moldam a imagem. O outro é o apoio inequívoco ao clube do seu coração. O apelido “Ultra”, os cânticos, as coreografias e a agressividade fazem parte do cenário onde celebram o clubismo radical que erguem em bandeiras de fervor onde exibem o ascendente moral que faz com que se sintam acima dos adeptos “inimigos” de outras cores.
Os Piranhas do Tejo, a claque da União Desportiva Vilafranquense, ultrapassa com ligeireza a maioria dos estereótipos e rótulos depreciativos usualmente apegados aos congéneres. Juntam-se, divertem-se, apoiam o clube e exibem boa disposição, modo de estar e tolerância suficientes para serem distinguidos e apontados por bons motivos. A partir do próximo mês, este será o espaço onde contarão as suas histórias e o que mais lhes aprouver. Hoje, em forma de apresentação, aqui fica uma entrevista com um dos seus membros, David Inácio.
Qual é a origem dos Piranhas do Tejo?
A génese da claque, remonta a meados dos anos noventa, quando um grupo de jovens se juntou para formar os 'Red Xira Boys' que acompanharam acompanharam o União na isputa pelo título de campeão da 3ª Divisão Nacional na época de 1997/98, sendo uma presença regular no Campo do Cevadeiro e tendo apoiado a equipa em alguns jogos fora como no Restelo contra o Sporting da Covilhã, em Fátima ou em Miranda do Corvo.
Fruto da tenra idade dos seus membros e alguma inexperiência, a 'claque' foi-se desvanecendo como entidade, apesar de muitos continuarem a frequentar o Cevadeiro, quando o clube viveu a sua melhor fase desportiva.
Durante a época de 2005/2006 nasceu o grupo que viria a ser conhecido como Os Piranhas do Tejo. Acompanharam a Equipa de Seniores do UDV numa das épocas mais negras da História do Clube, inclusivamente fora de casa, como no jogo contra o Ouriquense, no Municipal do Cartaxo, aquele que é considerado para muitos como o primeiro jogo oficial como Piranhas do Tejo.
Proporcionalmente à descida de escalões, que o Vilafranquense protagonizou desde 2005, a população da cidade infelizmente afastou-se um pouco do clube e foi-se cimentando nos nossos corações a necessidade de devolver o clube á cidade e aos sócios, mostrando apoio e carinho pela equipa e apelando aos nossos conterrâneos que se juntem a nós para a festa que é feita quinzenalmente no Campo do Cevadeiro, tudo por um dos únicos estandartes que a população de Vila Franca de Xira pode e deve ostentar e orgulhar-se. No inicio da época 2008/2009, reunimo- nos e decidimos marcar presença em todos os jogos da União.
Começamos com o derby com o Alverca em casa á 2ª jornada, apesar do empate, a entrega que os jogadores mostraram, dando eco ao nosso apoio em conjunto com a festa que fizemos fora do relvado, catalizou-nos para não desistirmos. E em conjunto com os Jogadores e Equipa técnica, devolvermos o clube aos tempos gloriosos de um passado ainda recente.
Inicialmente éramos cerca de uma dezena que marcávamos presença assídua; hoje, como podem constatar, chegamos a ser mais de uma centena de adeptos no topo norte do Campo do Cevadeiro. Aos Piranhas do núcleo duro, juntam-se homens e mulheres praticamente de todas as idades, numa demonstração daquilo que verdadeiramente deve ser o futebol: A comunhão entre Equipa e Adeptos num ambiente de Festa, independentemente do resultado.
Os Piranhas têm o “Espírito Ultra”?
A Definição do Espírito Ultra, não é consensual, de uma maneira mais abrangente é um sinónimo de um grupo de pessoas que ' vivem' para um clube, apesar de muitos agentes
extra futebol conotarem o mesmo com violência e/ou comportamentos impróprios, o que nem sempre acontece. No caso dos Piranhas do Tejo, não nos reconhecemos como uma
claque ultra, pois nenhum de nós vive para o Clube. Somos apenas adeptos fervorosos, que gostamos de beber uns copos, de confraternizar e gostamos também muito de futebol.
Penso que temos mais Espírito Ribatejano do que propriamente um Espírito Ultra.
A claque é composta por elementos pertencentes aos grandes clubes nacionais. Como é a convivência com os “rivais” das outras cores?
No Seio dos Piranhas do Tejo, convivem adeptos do Benfica, Sporting, Porto, Belenenses e até mesmo de clubes como o Nacional da Madeira. Apesar da miscelânea de cores clubistas, é muito pouco frequente surgirem discussões sobre os mesmos.
Neste campo tenho a certeza que os Piranhas quando vão á bola, vão para apoiar o União, e não pensamos muito nos 'grandes'. No nosso sítio oficial na internet: o blogue Vila Espanca, mais concretamente no chatbox, é expressamente proibido (e eliminados atempadamente) comentários a qualquer clube que não seja o UDV.
Como é a vossa organização?
Em primeiro lugar, gostaria de referir que não há lugares cativos, nem um perfil necessário para fazer parte da festa. Convidamos abertamente todos os sócios e adeptos do clube, a juntarem-se a nós aos Domingos á tarde. Para além do saudável
convívio, podem testemunhar do melhor futebol praticado nas divisões distritais, e para além do mais duvido que se desenrolem actividades mais apelativas, na moribunda cidade de Vila Franca de Xira.
Como já referi, existe realmente um núcleo duro, com cerca de 15 elementos, que organizam as excursões, fazem faixas, bandeiras, merchandising e organizam reuniões para discutir o futuro da claque. No entanto não temos uma hierarquia identificada. Provavelmente somos das entidades mais democráticas do país, onde todos contribuem como podem, e todos tem uma palavra a dizer.
Provavelmente num futuro próximo, teremos de ser mais organizados ainda, pois gostaríamos de concretizar alguns projectos, como adquirirmos uma sede (uma tertúlia para os adeptos) e para podermos cativar ainda mais a população, que gosta deste clube, e que neste concelho órfão de iniciativas culturais e desportivas, necessita de uma referência que possa juntar as pessoas e que as leve a ter orgulho naquilo que é nosso.
Sempre Unidos Venceremos
O Olhar do adepto / Crónica Piranha, é editado mensalmente n’’O Jornal do Clube’ do União Desportiva Vilafraquense e é disponibilizado gratuitamente em edição física ou por download em www.UDVILAFRANQUENSE.pt
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