A assinatura do protocolo com a APL permite à autarquia intervir directamente nas zonas em causa, podendo realizar actividades desportivas e de lazer e encetar negociações com privados do ramo dos transportes.
Retomar o transporte de mercadorias e de passageiros no Rio Tejo é, até 2013, um dos principais objectivos do município de Vila Franca de Xira. A ideia foi defendida pela presidente da câmara, durante o discurso de assinatura do protocolo com a Administração do Porto de Lisboa (APL), para a transferência de 60 hectares, divididos por 10 áreas (ver caixa), sem utilização portuária, que estavam sob a alçada da APL, passando agora para a jurisdição da autarquia.
Na cerimónia, que decorreu na quarta-feira, 21 de Julho, no Palácio do Sobralinho, Maria da Luz Rosinha considerou o momento de particular importância para o concelho que tem 23 quilómetros de frente ribeirinha, uma das maiores do Estuário do Rio Tejo.
“O Tejo é um elemento estratégico de desenvolvimento económico. Estamos na fase em que pretendemos que ele volte a assumir aquilo que já foi durante muitos anos: uma grande via comercial” salientou a edil, acrescentando. “No caso do município de Vila Franca de Xira, que alberga algumas das maiores empresas nacionais, pela sua dimensão e empreendedorismo, vemos no rio a grande possibilidade de retomar o transporte fluvial”, disse.
Com a assinatura do protocolo a autarquia tem a porta aberta para intervir directamente nas zonas em causa, podendo realizar actividades desportivas e de lazer e encetar negociações com privados do ramo dos transportes que Maria da Luz Rosinha garante já terem começado.
A autarca defende o transporte ferroviário e fluvial em detrimento do transporte rodoviário. Considera os 60 hectares que o município agora recebeu uma responsabilidade mas também uma grande oportunidade, que a autarquia não quer perder. “Até 2013 temos a responsabilidade de levarmos por diante os projectos no âmbito do QREN que vão possibilitar intervenções de parcerias com agentes privados, de requalificação de toda uma frente ribeirinha, que transformará a área Norte de Lisboa”, disse Maria da Luz Rosinha.
Para o secretário de Estado dos Transportes, o município de Vila Franca de Xira tem a tradição de uma actividade portuária e logística importante. “Tradição que surge agora renovada, ganhando relevância regional e mesmo nacional, consequência de investimentos que estão em curso. Refiro-me, por exemplo, à plataforma logística multimodal da Castanheira do Ribatejo que irá ter acesso fluvial, ferroviário e rodoviário”, assegurou Carlos correia da Fonseca.
Dez áreas ribeirinhas passam para a alçada da autarquia
São 10 as áreas do Rio Tejo que passam da Administração do Porto de Lisboa para a jurisdição do município de Vila Franca de Xira, num total de 60 hectares. A área correspondente ao Bairro dos Avieiros de Vila Franca de Xira, a zona da antiga fábrica de descasque de arroz, o espaço entre a Praça de Toiros e o campo de futebol, bem como a área compreendida entre a extremidade sul do campo de futebol e o final das instalações militares da Escola da Armada (Quinta das Torres), à excepção da área actualmente com jurisdição militar, estão contempladas no protocolo.
Igualmente abrangidas estão as áreas entre as instalações militares da Escola da Armada (Quinta das Torres) e os Avieiros de Alhandra, a frente do Sobralinho (reserva logística desactivada), a zona entre as localidades do Sobralinho e do Adarse e a área compreendida entre o limite poente da frente do Adarse e a zona dos areeiros da Póvoa de Santa Iria (Intertejo).
Completam o leque a área compreendida entre as instalações da Somague e os Avieiros da Póvoa e a zona entre os terrenos industriais da Solvay e o limite do concelho de Vila Franca de Xira com o de Loures.
Fonte: O Mirante por Jorge Afonso Silva
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