Oliveira do Hospital é, por estes dias, motivo de curiosidade acrescida. Desde segunda feira que os artistas de arte urbana Odeith & Vile dão corpo a um mural de personalidades e monumentos. Um trabalho de qualidade evidente que “faz parar o trânsito” num dos principais acessos à cidade.
Não estão a fazer nada a que já não estejam habituados, mas Odeith & Vile são por estes dias o centro das atenções em Oliveira do Hospital. Assim acontece, por aquela dupla de artistas estar, desde segunda feira, a dar corpo a um trabalho que salta à vista pela sua dimensão e qualidade. Trata-se da revitalização de um muro degradado, sito na Av. Dr. António Afonso Amaral, na Quinta da Lameira, que está dar lugar a mural de arte urbana, onde ganham destaque personalidades e monumentos da cidade.
O rosto de Manuel Cid Teles foi o primeiro a ganhar forma no mural, onde tem especial destaque o rosto de Francisco Correia das Neves, o cavaleiro de Oliveira do Hospital, Igreja Matriz, capela de Sant’Ana, monumento dos combatentes da Grande Guerra, a primeira bomba de gasolina em tempos existente no Largo Ribeiro do Amaral, bem como a centenária tileira. Um conjunto de imagens a que Odeith & Vile deram o merecido destaque, no âmbito de um desafio que lhes foi lançado pelo presidente da União de Freguesias de Oliveira do Hospital e S. Paio de Gramaços, Nuno Oliveira.
Associados à arte do graffiti, Odeith & Vile surpreendem em Oliveira do Hospital com um trabalho “mais clássico”. “ Tentámos dar um ar mais artístico à pintura”, referiu Odeith ao correiodabeiraserra.com que, na execução do mural, optou por respeitar o mais possível o conjunto de imagens que lhe foi apresentado, bem como o seu enquadramento. “Não é um graffiti tão rude e colorido”, explica aquele especialista, considerando tratar-se de arte urbana e não de um graffiti convencional, onde a cor e o traço arrojado ganham especial destaque.
Conhecida pela sua preocupação em dar vida nova a espaços degradados, a dupla Odeith & Vile aplaude aquela que foi a iniciativa da União de Freguesias. “Isto estava muito maltratado”, referiu Odeith que atendendo ao local onde o muro está situado, na entrada da cidade, considera que o mesmo era merecedor de uma intervenção digna. A ideia de ali se dar destaque a personalidades e monumentos é, também por isso, do agrado dos artistas.
Autor de vários murais, entre os quais o de Eusébio, na Cova da Moura, executado por ocasião do seu falecimento, Odeith tem um longo percurso na área do graffiti e arte urbana. Um trabalho que executa desde novo – pelo meio também foi tatuador – com a companhia de Vile, e que resulta de um lado artístico que souberam explorar e que foram aperfeiçoando ao longo dos anos. “Somos autodidatas”, referiu Vile a este diário digital.
Com forte presença em vários pontos do país e no estrangeiro, onde têm sido convidados para participar em festivais de arte urbana e contratados para a realização de trabalhos – no Dubai executaram um trabalho de ilusão de ótica no chão – Odeith & Vile regozijam-se pela aceitação ao graffiti e arte urbana. Isso mesmo têm verificado em Oliveira do Hospital, onde se têm multiplicado as manifestações de agrado ao trabalho que está a ser desenvolvido. “Muita gente nos saúda e buzina”, disse satisfeito Odeith, contando que têm sido vários os automobilistas a reduzir a velocidade e até a parar naquela que é uma das mais movimentadas artérias da cidade de Oliveira do Hospital
Fonte: Correio da Beira
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