Durante uma manhã O MIRANTE acompanhou uma dessas acções de fiscalização à paisana, que muitos acusam de ser “caça à multa”. Um dos primeiros condutores assinalados pelos agentes é Lino Oliveira. Conduzia na rua Serpa Pinto, em Vila Franca de Xira, a falar ao telemóvel e é convidado a encostar. “Vinha distraído e o agente estava parado mesmo em frente a uma camioneta de passageiros, não o vi, foi logo…”, lamenta a O MIRANTE, enquanto passa um cheque de 120 euros para pagar a multa. Conduzir e falar ao telefone é uma contra-ordenação muito grave. “Em quase todas as operações que fazemos apanhamos sempre alguém em infracção. Estamos a olhar para os meses das matrículas porque há muita gente que não tem as inspecções em dia”, esclarece um dos agentes. Nélia Pacheco não tinha os documentos do automóvel. Foi multada em 30 euros. “Ainda assim acho bem este tipo de fiscalização. Sou uma condutora prudente mas hoje tive azar. Nunca tive qualquer problema”, lamenta.
Em poucos minutos o nosso jornal encontrou de tudo: de selos do seguro colocados ao contrário até à falta de coletes sinalizadores. “Estas operações são essencialmente viradas para as vertentes da condução perigosa, que inclui as manobras perigosas, os telemóveis, violação dos sinais luminosos, traços contínuos e velocidade. Nos carros identificados não temos a possibilidade de as detectar. Existe um sentimento de impunidade que tem de acabar. Agora o condutor nunca sabe onde e quando os agentes estão a controlar e a verificar as manobras e a conduta dos condutores”, informa o subcomissário Carlos Fernandes.
A manhã dos agentes acabou com uma situação mais séria. Depois de algumas acusações verbais o passageiro de um carro que estava a ser fiscalizado insurgiu-se contra os agentes e acabou por ver o seu bilhete de identidade analisado via rádio. Minutos depois, o resultado: tinha um mandado pendente e foi detido de imediato. Foi transportado para a esquadra. O balanço feito pelas autoridades tem sido muito positivo, apesar das críticas dos condutores. “A isto não se chama caça à multa, chama-se prevenção. Essencialmente é uma operação de segurança para os condutores que não prevaricam, para os que cumprem integralmente o código da estrada. Isto porque, muitas vezes, são envolvidos em acidentes de viação e sofrem graves consequências pela incúria destes condutores”, afiança Carlos Fernandes, acrescentando que a PSP quer “proteger quem cumpre e fiscalizar quem infringe”.
Um concelho complicado em termos de trânsito
O concelho de Vila Franca de Xira não é considerado pela força policial como um concelho de prevaricadores, embora seja complicado em termos de trânsito. “Temos muitas artérias perigosas, de Vila Franca de Xira a Alverca. A recta do cabo é uma delas, sobretudo pela sinistralidade que ali tem acontecido”, refere o subcomissário Carlos Fernandes da esquadra de trânsito de Alverca. No dia 10 de Maio de uma colisão brutal naquela artéria resultou num morto. “Fez inversão de marcha num local onde não devia”, lamenta o subcomissário. A força policial assegura que independentemente das críticas o programa de fiscalização é para continuar e que o objectivo futuro passa até pelo reforço dessa fiscalização. “Queremos mostrar aos condutores que sempre que efectuarem uma manobra perigosa nós poderemos estar por perto a observar”, concluiu.
Fonte: O Mirante
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